“Oh, e agora, quem poderá nos defender?” Seja através de reprises na televisão ou visto pela tecnologia do DVD, as criaturas de Roberto Bolamos mantêm um frescor de dar inveja a novelas e seriados da atualidade.
No constante marasmo em que se vive quando se sintoniza em qualquer canal televisivo, Chapolin é um personagem que contrabandeia um pouco de caos, um certo nonsense juvenil, em um meio inerte.
Ele é um herói. O máximo de herói que um meio como a televisão poderia conseguir com o mínimo de honestidade: sempre tropeçando em si mesmo, seja em gestos (em suas próprias pernas) ou em palavras (quando troca o “c” pelo “p” no bordão “palma, palma, não priemos cânico”), Chapolin coloca em evidência a homogeneidade da tela da televisão, fazendo com que o espectador não só perceba a fragilidade do meio (A necessidade de repetição de macetes, os bordões e a pobreza das imagens enquanto meio expressivo) como gargalhe dela.
Sente-se a pancada de uma “marretada biônica” na cabeça quando se assiste a um episódio de Chapolin, os neurônios parecem sair de um estado letárgico e voltam a funcionar.
No constante marasmo em que se vive quando se sintoniza em qualquer canal televisivo, Chapolin é um personagem que contrabandeia um pouco de caos, um certo nonsense juvenil, em um meio inerte.
Ele é um herói. O máximo de herói que um meio como a televisão poderia conseguir com o mínimo de honestidade: sempre tropeçando em si mesmo, seja em gestos (em suas próprias pernas) ou em palavras (quando troca o “c” pelo “p” no bordão “palma, palma, não priemos cânico”), Chapolin coloca em evidência a homogeneidade da tela da televisão, fazendo com que o espectador não só perceba a fragilidade do meio (A necessidade de repetição de macetes, os bordões e a pobreza das imagens enquanto meio expressivo) como gargalhe dela.
Sente-se a pancada de uma “marretada biônica” na cabeça quando se assiste a um episódio de Chapolin, os neurônios parecem sair de um estado letárgico e voltam a funcionar.
Chapolin, ou Chaves, foi e ainda é a criatividade que brota de um ambiente pouco criativo (a televisão) e que, conhecendo o seu meio, sabe fazer humor, uma crítica em cima disso. Isso faz com que permaneça, ainda hoje, bem atual.
Continuamos a rir das mesmas piadas não porque elas são modernas, mas sim porque sabemos que a TV, e aquilo que ela produz, não mudou nada da época em que os episódios foram exibidos pela primeira vez até hoje.
Qual a diferença entre o Rio de Janeiro de uma novela de Manoel Carlos e as pessoas que ficam no auditório de um programa “Casos de Família”? As decorações desses programas são tão pobres quanto as paredes de isopor de um episódio de Chapolin, o diferencial é que toda a pobreza que compõe a cenografia em Chapolin sempre é destruída ao final dos episódios de uma forma que sabemos ser aquilo tudo falso, enquanto o floreado Rio de Janeiro de Manoel Carlos, ou o auditório de Regina Volpato, é de “isopor”, porém vendido sempre como realidade, nua e crua.
Em Chapolin, a pobreza da televisão é passível de um humor crítico e consciente. A novela de Manoel Carlos, ou o programa “Casos de Família”, é risível de um modo involuntário.
Boa parte daquilo que a TV produz é risível porque nada realmente parece importar; programas existem porque algo precisa existir entre os comerciais.
“Chapolin” pode ser deixado de lado pela televisão, mas o lançamento dos episódios em DVD fará com que tenhamos bom recheio, mesmo sem os comerciais.
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